Após derrota na CPMI do INSS, Lula dá recado duro ao Centrão e exige lealdade de aliados

Após derrota na CPMI do INSS, Lula dá recado duro ao Centrão e exige lealdade de aliados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou sinais de impaciência com parte da própria base de governo durante a reunião ministerial realizada nesta terça-feira (26), no Palácio do Planalto.

O recado foi direto e teve como alvo ministros do União Brasil e do Progressistas (PP) — legendas que, há poucos dias, formalizaram a Federação União Progressista, abrigam aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e que ocupam cargos na gestão petista.

Lula cobrou fidelidade política e afirmou esperar que todos os integrantes de sua equipe ministerial defendam publicamente o Governo, especialmente em momentos de ataques da oposição.

QUEM NÃO ESTIVER CONFORTÁVEL

O presidente, de acordo com informações de bastidores, sugeriu que aqueles que não se sentirem confortáveis para se posicionar em defesa do governo devem avaliar a possibilidade de deixar seus cargos.

Apesar do tom duro, Lula ressaltou que manteria relações pessoais de amizade com os ministros, mas reforçou que a lealdade institucional é indispensável. O presidente deixou claro que não admite que integrantes do primeiro escalão se mantenham em silêncio diante de atos organizados por seus próprios partidos contra o governo.

CPMI, O ESTOPIM

A irritação se intensificou após a derrota do Planalto na CPMI do INSS, quando parlamentares do União Brasil e do PP ajudaram a eleger opositores do governo para os cargos de presidente e relator da comissão. O episódio foi considerado pelo núcleo político do governo um sinal de que a presença das duas legendas na Esplanada não tem se traduzido em apoio consistente no Congresso.

Com o recado, Lula tenta recalibrar a relação com o Centrão, deixando claro que os espaços ocupados por partidos no governo só se justificam se houver contrapartida política. A cobrança, ao mesmo tempo em que expõe tensões internas, também reforça a estratégia de Lula de alinhar a equipe ministerial em torno de um discurso de defesa firme da administração petista.

Mesmo com a cobrança por lealdade, o presidente da Executiva Nacional do PT, Edinho Silva, disse, no último domingo em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, que o presidente Lula quer ampliar a atual aliança partidária e fará esforços para atrair o União Brasil e o PP para o palanque da reeleição.

danieladmin

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